sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Malcolm

Quando John Lennon morreu eu tinha 10 anos. Senti sua morte, mas de forma diferente, pois não conhecia sua obra ainda. Pelo contrário: a morte de Lennon foi o que me fez gostar de música. Ao sentir a comoção mundial em torno de sua perda, fui correr atrás de saber quem eram os Beatles e isso fez com que começasse a gostar de rock. Atrás dos Beatles vieram AC/DC, Iron Maiden, Black Sabbath, Rush, Deep Purple, Led Zeppelin e todas as outras bandas que amo. Por causa da morte de Lennon eu enchi o saco do meu pai até ele comprar minha primeira bateria, quando tinha 15 anos. Foi a partir daquela perda que eu frequentei festivais, toquei, fiz amigos, bebi até ver o sol nascer, chorei e sorri ouvindo música e tenho certeza que morrerei surdo e feliz. Portanto, senti muito a morte dele, mas de uma maneira que mudou minha vida, me deu alegrias e não tristeza.
A outra morte de um artista do rock que me deu um baque grande foi a do vocalista Ronnie James Dio, em 2010. Essa foi a morte que me fez encarar que meus ídolos estão envelhecendo. Que eles são imortais em suas obras, mas que uma hora ou outra todos acabarão dando adeus a esse mundo doente, mas que se tornou muito mais habitável por causa de seus talentos.
O terceiro grande choque veio este ano, com a doença do guitarrista, fundador e principal compositor do AC/DC, Malcolm Young, que sofre de demência e está fora da banda. Quem vê seu irmão Angus Young no palco pode se enganar, mas foi Malcolm o mentor do grupo e ele é o autor dos riffs mais nervosos do rock and roll. Foi ele quem pensou "ei, meu irmão de 16 anos toca muito e é um louco performático, vamos colocá-lo na banda?". Ele é o cara por trás da maior entidade do hard rock em todos os tempos. Ele é o responsável por muita coisa, nas vidas de tanta gente.
O grupo vai lançar disco novo e sair em turnê, com o sobrinho Steve Young em seu lugar. Acho justo, tanto com o público quanto com o legado da banda. Alivia um pouco a tristeza. Dá esperança de ainda termos boa música pela frente, até que todos eles se vão. E nos lembra que, mesmo depois de suas mortes ou da minha morte, o som continuará. Eternamente. Enquanto existirem garotos de dez ou doze anos, cheios de hormônios e de adrenalina pra queimar, lá estará rolando AC/DC, Black Sabbath, Beatles ou qualquer outro som legal. Lá estarão Lennon, Dio, Malcolm e todos os outros. Let There Be Rock!




Se matasse...

Tenho poucos arrependimentos. Muito poucos, quase nenhum. Um deles é não ter visto o Ramones ao vivo quando tive oportunidade. Sim, sou superficial assim mesmo.

Beleza

Só pra lembrar que a atriz francesa Brigitte Bardot, que completou 80 anos no dia 28 de setembro de 2014, é uma das mulheres mais belas que já colocou seus pezinhos neste planeta.

Titularidade

Já entrei em campo e acabei com o jogo, fiz golaço, dei chapéu e tudo. Também já fiz muito gol contra. Mas, em todas as vezes, jogando como titular. Sentar no banco de reservas não é meu forte. Evidentemente, não estou falando de futebol.