quarta-feira, 13 de maio de 2015

Crepúsculos

Um dia. E outro. E depois mais outro. Vamos tropeçando nos dias. Sendo soterrados por eles. Alguns machucam. Outros são mais leves. Dias hostis e dias amigos vão se misturando, nos preenchendo, nos transformando naquilo que somos. Um dia achamos que vamos explodir, que os dias não cabem mais em nós. Ficamos com medo e achamos que não suportaremos mais nenhum, não queremos mais viver na expectativa de experimentar os dias pesados que virão. Mas aí lembramos dos dias leves e, repentinamente, ficamos receptivos de novo. Queremos mais e mais dias e achamos que a quantidade de dias que teremos, no final das contas, ainda será pouca para saciar nossa vontade de tê-los todos. Em alguns dias, somos amanhecer. Em outros, entardecemos.