George Harrison, ex-guitarrista dos Beatles, morto em 2001 |
É incrível como já faz quase 12 anos que George Harrison
morreu. Às vezes parece que foi menos e, algumas vezes, a impressão é de ter passado
mais tempo, tal é o estado de calamidade da música de hoje em dia.
Lembro quando ele lançou Cloud Nine, em 1987, e eu li uma
resenha sobre o disco na Folha de São Paulo (naquela época resenhas musicais
não eram exclusividade da internet, ao contrário de hoje, aliás, nem existia internet).
O autor dizia que George estava olhando para o passado com mais carinho, após
alguns problemas que ocorreram nos anos finais dos Beatles. Pela primeira vez, na carreira solo, ele se referia diretamente aos seus anos de beatle, na canção When We Was Fab.
Hoje vejo que 26 anos se passaram desde que li aquela
resenha, além dos quase 12 desde a morte de George. Caras como ele fazem falta
no mundo. Quando Paul McCartney morrer, por exemplo, ficarei muito triste. Não
só por ser um cara que me deu o prazer de vê-lo ao vivo três vezes, vindo ao
Brasil para excursionar, e que seguiu fazendo música genial mesmo depois dos
Beatles acabarem. Mas por conseguir olhar o mundo de um jeito diferente. Interpreta
fatos simples do cotidiano como se nos emprestasse olhos de algum modo
amplificados, para percebermos aquilo que não conseguimos enxergar.
O ex-companheiro de banda John Lennon também faz muita
falta, e lá se vão 33 anos. Assim como fazem ou farão falta pessoas como Chico
Buarque, Jimi Hendrix e Freddie Mercury, pra citar três que souberam traduzir sentimentos
corriqueiros de maneira especial, tanto por meio de palavras quanto por notas
musicais.