Olho pela janela e vejo um milhão de rostos flutuando, todos
à espreita, esperando pela oportunidade de atacar. Olho para dentro e vejo uma
multidão de armadilhas, prontas para disparar ao meu menor vacilo. Corro sem
direção, sem olhar para trás, sentindo o som alto da respiração e os batimentos
cardíacos cada vez mais desesperados, como se meu coração fosse um animal
selvagem, prestes a explodir em fúria. Persigo o inalcançável, com o tempo
bufando atrás de mim, implacável, insistente, perturbador. Tento alcançar a
glória, antes que o tempo nos engula.
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