Tenho 44 anos. Já superei em onze anos a idade de Cristo e em
dezessete anos a idade de Kurt Cobain. Ainda estou vivo, apesar de ter me
sentido crucificado por uma dúzia de vezes e mastigado e cuspido como o caroço
de uma cereja outras tantas. Já emprestei o ombro pra gente que se valeu desse
conforto para chorar e uma semana depois me esfaqueou bem no meio das costas.
Já me alimentei da noite e bebi do dia por tantas e tantas vezes, até achar que
estava cansado, só pra me levantar na manhã seguinte e fazer tudo de novo. Já
entendi que nada permanece, a não ser o presente segundo, que durará enquanto
houver vida, e esta é tão passageira. Mas, de todos os entendimentos e
sentimentos, o maior de todos é a gratidão pelos amigos que passaram pela minha
vida e, principalmente, pelos que permaneceram. Cada um sabe exatamente seu
papel nessa história, pois nunca fui e nunca serei bom em esconder sentimentos.
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