Em um final de tarde qualquer, parei o carro no semáforo e fui abordado por um rapaz que perguntou se eu queria
comprar um de seus poemas, para ajudá-lo a pagar pela publicação do seu livro.
Para ajudar, e com esperança de que uma mensagem estivesse reservada
especialmente para mim naquele pedaço de papel, dei-lhe dois reais e peguei um
dos poemas. Felizmente, eu estava certo e aquela mensagem era para mim. O poema
não estava assinado e não deu tempo de perguntar seu nome.
CORAGEM!
eu prefiro cerveja a chá gelado
das mais baratas
pra se sentir na cabeça e não nos bolsos
prefiro o prato simples que alimenta
ao requinte gourmet que joga fora as “sobras”
prefiro andar sob o sol escaldante
a ter que me esconder numa caixa de concreto cheia de mentiras
e ganhar bolhas nos pés pelo chão quente
ao invés de botá-los pra cima sem sentir a vida
prefiro o vento bagunçando os cabelos
e sentir a chuva fria no rosto
ao confinamento do ar condicionado
a tomar um banho quente num banheiro cheio de azulejos
prefiro um vinho barato bem compartilhado
que um merlot bem acompanhado
prefiro o ponto que a vírgula
só pelo prazer de não me sentir covarde
eu prefiro cerveja a chá gelado
das mais baratas
pra se sentir na cabeça e não nos bolsos
prefiro o prato simples que alimenta
ao requinte gourmet que joga fora as “sobras”
prefiro andar sob o sol escaldante
a ter que me esconder numa caixa de concreto cheia de mentiras
e ganhar bolhas nos pés pelo chão quente
ao invés de botá-los pra cima sem sentir a vida
prefiro o vento bagunçando os cabelos
e sentir a chuva fria no rosto
ao confinamento do ar condicionado
a tomar um banho quente num banheiro cheio de azulejos
prefiro um vinho barato bem compartilhado
que um merlot bem acompanhado
prefiro o ponto que a vírgula
só pelo prazer de não me sentir covarde
Nenhum comentário:
Postar um comentário