Mexer em caixa velha é uma coisa mesmo, né? A
gente volta a um mundo que existia antes das contas a pagar, do medo de ficar
desempregado, da sensação de que a solidão sempre estará à espreita. Conforme
vamos mexendo em papéis, cadernos e bugigangas em geral, diferentes fases da
vida vão passando pela nossa mente. O cartão do amigo que não vemos há mais de
uma década, a primeira música do show em que entramos
com aquele pedaço de ingresso, a carteirinha de sócio do clube onde íamos encontrar
uma pessoa especial, o canhoto da passagem de ônibus para uma cidade que não
faz mais parte de nosso destino. Listas de afazeres já amareladas pela ação do tempo e pequenos tesouros dos quais não lembrávamos mais. Uma
caixa velha é quase tão cheia de nostalgia quanto os últimos dias de dezembro.
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